quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Reflexos da Solidão

Sozinho. Inexplicável e incontestavelmente sozinho. Não importa quantos amigos você tenha, nem quão numerosos sejam os seus familiares, um dia você estará sozinho, sem ninguém para lhe dizer o que fazer ou lhe abraçar numa hora difícil; no fim é você por você mesmo. Um dia todos de quem você gosta, todos que admira e com quem convive deixarão o mundo, deixarão você, irão para um lugar onde você não poderá mais falar com eles, sem se importar com o fato de você ainda estar aqui, lutando por um objetivo, e essa verdade lhe atingirá de maneira dolorosa, e você só então se dará conta de como era importante tê-los por perto, e se arrependerá por não ter dito aquele "eu te amo", por não ter dado aquele abraço, por não ter feito aquele favor. Você desejará estar com aqueles que se foram, compartilhar com eles mais um momento; mas você não poderá, porque a vida não é justa e você aprende isso das formas mais brutais possíveis.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

I'm Back...

Olá, seres... sim, faz éons que não apareço, mas hoje estou aqui (obviamente que estou, ou este texto não teria sido postado) para compartilhar com vocês mais um pouco dos meus textos. O texto que postarei abaixo é de novembro de 2009, e fiquei razoavelmente surpreso ao perceber que pouca coisa mudou desde que o escrevi. Bom, logicamente muitos conceitos meus mudaram, muitos princípios, modos de pensar (redundância =/) e algumas atitudes, mas, disso tudo, pouca coisa foi realmente significativa. Haverá no texto a referência ao Pequeno Gafanhoto, que, se não me engano, foi um personagem que eu tirei de uma referência num fórum de jogo, personagem esse que acaba sendo útil quando eu não tenho ninguém em especial a quem direcionar o texto, como no caso seguinte. Segue o texto:

Ao Pequeno Gafanhoto (2:10 da manhã, Domingo, 27 de setembro de 2009)

Olá, pequeno gafanhoto... hoje, particularmente, não escreverei muito, ou pelo menos nada cujo conteúdo possa ser aproveitado de alguma forma.
Com tantas coisas a fazer, começo a me sentir horrivelmente sufocado, mas ao mesmo tempo feliz e despreocupado... francamente, não consigo compreender direito o que se passa agora, mas gostaria que tudo acabasse logo. A pressão vem de todos os lados, e as obrigações que tanto evito estão desmoronando cada vez mais e inevitavelmente sobre mim. Sabe, Pequeno Gafanhoto, às vezes penso que seria mais interessante sucumbir de uma vez a tudo isso.
Hoje despertei razoavelmente cedo, o que é compreensível, já que a única coisa que tenho feito e que me da certo prazer ultimamente é dormir. Acordar e lembrar lentamente de todas as obrigações, das responsabilidades futuras, das pressões, do porque estou nessa situação sufocante, não é legal. Nasce aqui dentro o desejo de simplesmente continuar dormindo, dormir até que tudo isso passe, e, apesar de saber que isso não seria possível, essa ideia me ajuda a ter força para pelo menos levantar da cama que parece me atrair como um ímã particularmente insistente.
Gostaria que soubesse também, Pequeno Gafanhoto, que, aconteça o que acontecer, continuarei escrevendo estes textos inúteis e enfadonhos. É a minha forma de dizer o que penso, e você, Pequeno Gafanhoto, é o único a quem posso escrever desta maneira.
De qualquer forma, quando abro a janela rangedora aqui de casa, a árvore antiga que toda manhã deixa metade do seu total de folhas no jardim ainda está lá, do mesmo jeito de sempre, de modo que eu ainda posso observá-la por quanto tempo eu bem quiser, tirar fotos, jogar as fotos no lixo, expulsar criancinhas irritantes dos longos galhos do seu grosso tronco, criancinhas que, aliás, já tive vontade de enforcar. Mas isso não vem ao caso, não é, Pequeno Gafanhoto? O que realmente importa são as coisas que normalmente nós, idiotas, não percebemos que existem, coisas que ignoramos, mas pelas quais um dia lamentaremos. Enquanto esse dia não chega, continuemos com nossas vidas medíocres e sem sentido, até que possamos encontrar uma pessoa idiotamente especial e que nos faça chorar por horas a fio, e que não ligue realmente para nós. Logicamente será a pessoa errada, mas quem disse que precisamos realmente da pessoa certa? Para ser franco, a cada dia diminui a minha necessidade de achar alguém. Pra que procurar? Por enquanto, não quero quebrar a cara, e acho sinceramente que “amar alguém” e “quebrar a cara” estão inevitavelmente ligados por uma nada tênue linha.

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Enfim, não tem muito o que comentar sobre esse texto, vocês conhecem o meu estilo. Esse só foi um texto um pouco mais incisivo do que eu costumo fazer, mas nada relevante. Divagações, como sempre, que espero que alguém aprecie, de alguma forma.
Espero postar novamente em breve.

Obrigadoporler, volte sempre.

sábado, 4 de setembro de 2010

Reflexos das Mudanças

Hi folks... acho que devo uma explicação por tantos dias sem postar, não? Não. Tá, eu devo, mas realmente não tem o que explicar, eu sou estranho, vocês sabem disso, e sabem também que isso não é desculpa pra abandonar o blog, então chega-se à conclusão de que não há nenhuma explicação coerente para tal descuido. Acontece que esses dias que eu fiquei sem postar foram dias que desperdicei refletindo. Sim, acho isso um desperdício. Não se chega a lugar nenhum e não se obtém nada além de mais frustração. O assunto sobre o qual discorrerei hoje é um tópico particularmente insistente que não saiu da minha cabeça durante muitos dias, então acho que vale a pena compartilhar.
Trata-se das mudanças. Certamente alguém dirá: "aah cara, vai tomar no cú... fica uma era sem postar e agora vem falar sobre essa porra clichê?" Aham, bem isso.
Não sei se isso ocorre com todos, mas eu tenho a irritante mania de me sentir culpado por mudar. Sinto que, de alguma forma, estou decepcionando alguém próximo ou traindo meus próprios princípios (e muitas vezes estou). Uma das mudanças mais aparentes de que posso falar é em relação ao gosto musical. Passei do MPB ao Rock e só me dei conta disso há alguns meses, e percebi que o nosso gosto musical varia de acordo com o período pelo qual estamos passando no momento. Geralmente começamos escutando aquilo que nossos pais escutam, naturalmente. Depois partimos para o nosso próprio estilo, e muitas vezes nos esquecemos de respeitar o gosto alheio.
Para mencionar outra mudança, há algum tempo usei um emulador (não sabe o que é emulador? lamento) para jogar algumas relíquias do Super Nintendo, o primeiro videogame que eu tive. Não sei explicar isso em palavras, mas parece que "perdeu a magia", e só então eu consegui chegar à conclusão de que o que torna a infância um período tão agradável e marcante é a inocência que nós só descobrimos que tínhamos depois que perdemos. E é por isso que eu me sinto culpado, por perder o jeito antigo de encarar o mundo, e aí me sinto mais culpado ainda por querer que aquele tempo bom volte. Percebi que fico tentando me esconder das mudanças para não sair da minha zona de conforto, e isso me prejudicará, mais cedo ou mais tarde. O conselho que deixo hoje, para aqueles que tiveram paciência de ler até aqui: não fujam das mudanças, experimentem viver a própria vida antes de fugir dela. Sim, isso é clichê, mas é melhor perceber e mudar algumas atitudes agora do que deixar para olhar para trás quando a trilha já estiver no fim, concordam?
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Ok, não sei se isso pode ser chamado de "texto". Acho que foi mais uma divagação sem nexo, mas tudo bem. O próximo texto será outro do meu caderno antigo, e talvez eu poste mais de um por dia, porque acho importante transferir aqueles textos para um lugar mais seguro (como se aqui fosse seguro...)
Comente dando sugestões de temas ou falando qualquer merda que eu já fico grato.

Obrigadoporler, volte sempre.